Imagine você tendo que escolher uma dessas crianças para doar um brinquedo. Lado a lado uma criança loira de olhos azuis e uma negra, com cabelo crespo. Com vestimentas do mesmo estilo e sem nenhuma outra informação.
Infelizmente é essa a realidade.
Culturalmente fomos criados com essa imagem sobre ricos e pobres e, não somente sobre essa diferenciação mas sobre outras mais. Mocinho e bandido, educado e analfabeto...
Se estamos nas ruas e um homem loiro, bem vestido para ao nosso lado, tudo bem, porém, se a mesma situação ocorre com um homem negro já ficamos atentos.
Por muitas vezes já tive a oportunidade de visitar lugares carentes, desde pequeno era levado por meu avô para levar alimentos, brinquedos, roupas, mas, muito acima de tudo isso, levar carinho, atenção, uma mensagem positiva e, no meu caso como católico, um momento de oração junto às famílias. Nos lugares onde eu visitava não existiam apenas negros, mas também muitos brancos, de olhos claros e cabelos muito mais lisos do que o meu.
Nós não podemos deixar de olhar para o todo e, por isso eu sou contrário à todo movimento que vitimiza um lado da sociedade pelo simples fato de que, se por um lado a história do povo brasileiro levou uma raça a ser vítima o outro lado, com condições iguais de sofrimento, sente o abandono.
A sociedade não tem nenhuma dívida no tocante à racismo pois esse é, e sempre foi, alimentado muitas vezes por quem se diz sofrer ele. Quanto mais eu tento me separar mais longe da igualdade eu fico.
Por fim, eu peço para aqueles que leram esse texto até aqui que pensem com carinho no assunto e, principalmente, nas crianças. Estamos no mês de outubro onde comemoramos o Dia das Crianças e eu te convido a fazer uma doação para que no próximo dia 12, brancos, negros, índios, amarelos, que vivem em situações de extrema dificuldade, possam ter um momento de alegria. Não é muito, na verdade não é nada perto do que deveria e poderia ser feito, mas, sem dúvida nenhuma fará diferença na vida daquela pequena vida, que nasceu em meio ao caos sem poder de escolha e que hoje vive um presente escrito por uma história que não é dela.
Até o próximo!
Werner Lima
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