A pergunta que eu deixo aqui é a seguinte:
Vale a pena levar um fardo pesado nas costas por algo imposto por uma cultura de que ou se tem sucesso ou não faz parte de um grupo criado na cabeça de quem acha que valores como dinheiro, um bom emprego e outras coisas definem quem você é?
NÃO!
Eu tenho a satisfação de visitar comunidades carentes, pessoas que vivem na faixa da pobreza e em alguns casos, no extremo dessa situação.
É triste, dói ver como vivem, ou tentam sobreviver, porém algo sempre me chama a atenção. O sorriso no rosto, uma palavra amiga e muitas vezes, lições de vida que não se espera de pessoas que vivem naquela situação.
Também tenho a chance de conviver com pessoas que estão na faixa um pouco acima da pobreza mas que também não possuem muitas coisas, pessoas que lutam com dificuldades, que trabalham diariamente em seus empregos, que conquistam suas coisas com luta, com carnês, trocas e com créditos de outros amigos que vendem fiado para possibilitar que possam ter acesso à itens aparentemente distantes da sua realidade. Também aqui encontro algo que poderia soar estranho... Felicidade, sorriso e muitas vezes leveza na forma de viver.
Por outro lado, vejo que muitos buscam, incansavelmente, o sucesso, o ter, o poder... e, o mais engraçado e irônico é que, diferente dos primeiros exemplos, a grande maioria passa a vida com preocupações, sob efeito de remédios, terapeutas e terapias. Suas famílias muitas vezes precisam quase marcar hora para estarem juntos.
Minha reflexão sobre essa diferença é que, muitas vezes, colocamos sobre nós mesmos um peso que não é, e não deveria ser, nosso. Uma auto-cobrança sobre conquistas que acabam por tirar a vida, seja ela a vida em família, com os amigos, em aproveitar o que podemos ter com a atual situação, ou, até mesmo nos casos mais extremos, a vida propriamente dita, quando a saúde vai embora, quando o psicológico fica conturbado de tanta informação que nos vemos em meio a um emaranhado de desejos que não conseguimos viver o que já temos.
Nenhum desejo de uma vida melhor é pecado, porém, eu te peço que pense bem para que esse desejo não lhe traga malefícios. Eu costumo dizer que nenhum trabalho deve ter o poder de nos tirar a vida, muito pelo contrário, o trabalho deve ser um meio de nos proporcionar vida!
Querer e desejar ser melhor remunerado, ter um negócio próprio e crescer deve sim ser almejado, porém, muitas vezes estamos no ponto em que desejamos e, ao invés de aproveitar e viver, dobramos a meta. Por outro lado, a maioria dos jovens hoje vive o peso das cobranças de ser bem sucedido, o medo de "fracassar"... Seja qual for a idade, tenha certeza que o maior fracasso que uma pessoa pode ter na vida é passar por ela sem viver tudo que ela tem para lhe proporcionar.
Por isso eu ainda fico com o sorriso sincero daqueles que tenho contato nas comunidades carentes do que com a abundância pesada daqueles que convivo nas faixas mais altas da sociedade. Sem dúvida, os primeiros são mais felizes e sabem viver com o que tem, tudo o que vier a mais é agradecido e aproveitado, quando nos demais, quanto mais se tem mas se quer e é ai que o que realmente vale a pena fica perdido no caminho... a família, os amigos, a saúde...
Até a próxima!
Werner Lima
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