Há muito que venho pesquisando e criando uma teoria sobre as redes sociais de um ponto de vista diferente. Não são métricas para vender mais, não são números de pessoas, acessos, clicks, compartilhamentos... enfim, são percepções sobre a verdadeira dinâmica das redes e a real função delas.
Vamos voltar um pouco no tempo, não muito, mas há alguns anos atrás quando não tínhamos Facebook, Instagram, Twitter e outros sites. Vamos pensar um pouco sobre como eram as nossas vidas e comparar com a atualidade, não para mudar o que é "imudável" mas para refletir sobre onde estamos e onde queremos chegar.
O ano era 2004 e ele foi determinante para a mudança da forma como o mundo interagia. Antes dele tínhamos e-mail, ICQ (quem lembra), entre outras ferramentas de comunicação digital, sem falar é claro dos aparelhos de celular (ainda com a função primária de realizar ligações e encaminhar mensagens). Neste ano foi lançado o ORKUT, um percursor das redes sociais que primeiramente foi desenvolvido para ser utilizado nos EUA mas que teve real sucesso no Brasil e na Índia. Nesse mesmo ano o FACEBOOK foi criado mas no Brasil ainda não tinha tanta expressão como o seu "rival" Orkut. Até então, e aqui eu faço algumas perguntas para você refletir, como as pessoas sabiam dos acontecimentos da vida dos outros? Como você "mostrava" ao mundo o que estava fazendo, o que tinha conquistado e como estava a sua vida?
De 2004 para trás, as interações eram basicamente pessoais, as pessoas precisavam estar com outras pessoas, conversar, sair, compartilhar (mas no mundo real) as suas experiências. As notícias, se não fossem lidas em um jornal ou vistas na TV eram menos acessadas (já existiam os portais na internet mas a cultura ainda era diferente). Seus amigos não eram contados em seguidores mas sim em pessoas com as quais você convivia diariamente. A fama, ou melhor, a ideia de fama, era medida de acordo com outros parâmetros e não com a quantidade de seguidores, views e outras métricas virtuais. Para os mais jovens ligados em tecnologia, jogar vídeo game já era, há muito tempo, uma atividade super atrativa, porém para jogar com os amigos era necessário estar com os amigos. E por aí vai.
A partir de 2004, tudo isso começou a mudar a forma como nós interagimos e também como nos comportamos. As redes sociais vieram para mudar a cultura mundial e, entre os maiores malefícios delas, diminuir a necessidade de estar. É certo que algumas ferramentas anteriores já iniciaram esse papel mas com a popularização das ferramentas que hoje não conseguimos viver sem esse mal alastrou-se de forma irreversível.
Muito se fala sobre doenças, saúde e qualidade de vida, mas pouco se comenta sobre a saúde mental da população com relação à dependência (que no meu ver é um vício tão danoso quanto o cigarro e o álcool) do virtual. Muitas pessoas deixaram de conviver e passam o dia conectados, cheio de amigos no mundo virtual mas sem nenhum contato físico. Passam o dia nos seus smartphones conversando e mandando fotos para seu "ciclo de amizade" mas ficam meses e anos sem ver boa parte daqueles perfis pessoalmente. Outro problema é a falsa sensação de estar sempre bem. Vivemos em tempos onde fotos, sorrisos e felicidade são ingredientes fundamentais para postar, publicar e ganhar likes, só que na maioria das vezes isso esconde uma realidade não tão feliz quanto as fotos.
Termino dizendo que tudo isso é parcialmente irreversível. Não podemos mudar a realidade das redes sociais que hoje são como o arroz e feijão, se tornaram imprescindíveis para a humanidade mas podemos sim mudar as pessoas, seus hábitos e mostrar que existe vida além das telas de computadores e dos smartphones. Que existem amigos que podemos abraçar não através de um emoji mas fisicamente. Que existem lugares que podemos curtir não com um like mas efetivamente visitando-os e vendo a beleza. Podemos mostrar que diferente de um marcapasso, que se desligado morremos, nossos telefones podem sim ser deixados de lado por alguns momentos para que possamos viver.
Vivemos em um mundo digital, e isso é inegável mas as interações são tão reais quanto uma foto no monitor que é bela enquanto ele estiver ligado mas que vira uma tela de plástico preta quando a luz se apaga. Por isso, cultive o que começamos a perder em 2004, os momentos reais, as visitas, os passeios o ar puro, a mata, a praia, a estrada, o shopping com os amigos, as fotos impressas (sim, revele suas fotos pois se um servidor deles apagar sua história estará perdida... se bem que todos fazemos backup não é verdade...). Não podemos mudar o presente, e nem lutar contra os rumos do futuro, mas podemos equilibrar a vida para que ela tenha mais sentido que apenas números em um site!
Até a próxima!
Werner Lima
Vamos voltar um pouco no tempo, não muito, mas há alguns anos atrás quando não tínhamos Facebook, Instagram, Twitter e outros sites. Vamos pensar um pouco sobre como eram as nossas vidas e comparar com a atualidade, não para mudar o que é "imudável" mas para refletir sobre onde estamos e onde queremos chegar.
O ano era 2004 e ele foi determinante para a mudança da forma como o mundo interagia. Antes dele tínhamos e-mail, ICQ (quem lembra), entre outras ferramentas de comunicação digital, sem falar é claro dos aparelhos de celular (ainda com a função primária de realizar ligações e encaminhar mensagens). Neste ano foi lançado o ORKUT, um percursor das redes sociais que primeiramente foi desenvolvido para ser utilizado nos EUA mas que teve real sucesso no Brasil e na Índia. Nesse mesmo ano o FACEBOOK foi criado mas no Brasil ainda não tinha tanta expressão como o seu "rival" Orkut. Até então, e aqui eu faço algumas perguntas para você refletir, como as pessoas sabiam dos acontecimentos da vida dos outros? Como você "mostrava" ao mundo o que estava fazendo, o que tinha conquistado e como estava a sua vida?
De 2004 para trás, as interações eram basicamente pessoais, as pessoas precisavam estar com outras pessoas, conversar, sair, compartilhar (mas no mundo real) as suas experiências. As notícias, se não fossem lidas em um jornal ou vistas na TV eram menos acessadas (já existiam os portais na internet mas a cultura ainda era diferente). Seus amigos não eram contados em seguidores mas sim em pessoas com as quais você convivia diariamente. A fama, ou melhor, a ideia de fama, era medida de acordo com outros parâmetros e não com a quantidade de seguidores, views e outras métricas virtuais. Para os mais jovens ligados em tecnologia, jogar vídeo game já era, há muito tempo, uma atividade super atrativa, porém para jogar com os amigos era necessário estar com os amigos. E por aí vai.
A partir de 2004, tudo isso começou a mudar a forma como nós interagimos e também como nos comportamos. As redes sociais vieram para mudar a cultura mundial e, entre os maiores malefícios delas, diminuir a necessidade de estar. É certo que algumas ferramentas anteriores já iniciaram esse papel mas com a popularização das ferramentas que hoje não conseguimos viver sem esse mal alastrou-se de forma irreversível.
Muito se fala sobre doenças, saúde e qualidade de vida, mas pouco se comenta sobre a saúde mental da população com relação à dependência (que no meu ver é um vício tão danoso quanto o cigarro e o álcool) do virtual. Muitas pessoas deixaram de conviver e passam o dia conectados, cheio de amigos no mundo virtual mas sem nenhum contato físico. Passam o dia nos seus smartphones conversando e mandando fotos para seu "ciclo de amizade" mas ficam meses e anos sem ver boa parte daqueles perfis pessoalmente. Outro problema é a falsa sensação de estar sempre bem. Vivemos em tempos onde fotos, sorrisos e felicidade são ingredientes fundamentais para postar, publicar e ganhar likes, só que na maioria das vezes isso esconde uma realidade não tão feliz quanto as fotos.
Termino dizendo que tudo isso é parcialmente irreversível. Não podemos mudar a realidade das redes sociais que hoje são como o arroz e feijão, se tornaram imprescindíveis para a humanidade mas podemos sim mudar as pessoas, seus hábitos e mostrar que existe vida além das telas de computadores e dos smartphones. Que existem amigos que podemos abraçar não através de um emoji mas fisicamente. Que existem lugares que podemos curtir não com um like mas efetivamente visitando-os e vendo a beleza. Podemos mostrar que diferente de um marcapasso, que se desligado morremos, nossos telefones podem sim ser deixados de lado por alguns momentos para que possamos viver.
Vivemos em um mundo digital, e isso é inegável mas as interações são tão reais quanto uma foto no monitor que é bela enquanto ele estiver ligado mas que vira uma tela de plástico preta quando a luz se apaga. Por isso, cultive o que começamos a perder em 2004, os momentos reais, as visitas, os passeios o ar puro, a mata, a praia, a estrada, o shopping com os amigos, as fotos impressas (sim, revele suas fotos pois se um servidor deles apagar sua história estará perdida... se bem que todos fazemos backup não é verdade...). Não podemos mudar o presente, e nem lutar contra os rumos do futuro, mas podemos equilibrar a vida para que ela tenha mais sentido que apenas números em um site!
Até a próxima!
Werner Lima
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